Sem o compromisso estreito de falar perfeito, coerente ou não.

Hoje me peguei ouvindo Oswaldo Montenegro. Na verdade escutei do quarto de meu irmão ele escutando Oswaldo, e me lembrei de como me identifico com ele. Sim, eu gosto e muito de Oswaldo Montenegro, um grande maestro sem dúvidas, e com letras de estrema sensibilidade.

Bem, resolvi vasculhar na memória e em um site algumas letras dele, e me vi divagando após ler a seguinte letra, que me tocou demais:

De Barcos e Névoas

De madrugada o barco some do cais da neblina
Oh meu amor, se lembre da gente sem mágoa
Sem águas do passado, umedecendo a crina
Dos alazões futuros ainda não amansados
Outras paixões encharcam o olho, mas minha retina
Conserva o lago onde você deságua
Eu descobri que uma paixão termina
Se a gente quiser saber quando acaba
Oh meu amor, quando é que o amor termina?

Um tema que sempre me fez pensar. O que é amor e o que é paixão??
Bem, hoje em dia as pessoas chamam tudo de amor. Aliás, as pessoas amam com a maior facilidade do mundo, e “desamam” mais rápido ainda. Bem, com certeza isso não é amor.

Quando na música ele fala: “ Outras paixões encharcam o olho, mas minha retina conserva o lago onde você deságua” mostra isso. A gente vai ter várias paixões na vida, demais até, mas verdadeiros amores serão poucos, e com certeza serão inesquecíveis. Mesmo se viermos a amar outra pessoa, mesmo se viermos a amar mais outra pessoa, sempre teremos a memória de todas que foram amadas.

Vi em um filme, “Revelações”, com Anthony Hopkins e Nicole Kidman, a personagem de Anthony falando uma frase extremamente interessante, ele disse para um amigo:
“ ela com certeza não é meu primeiro amor, e nem meu maior amor, mas com certeza é meu último amor.”. É isso, amores verdadeiros ficam na memória, a cada novo amor podemos nos entregar inteiramente, mas com certeza há um cantinho pra cada amor passado em nossos corações.