quinta-feira, 20 de novembro de 2008

ôÔôÔô boi

Estava eu hoje pensando sobre um assunto que seguidamente já pensei, discuti, debati, amaldiçoei até, que é a "mania" da sociedade de aceitar ser como o gado marcado. O que eu quero dizer com isso?
Fácil, vocês já notaram que parece que a ordem geral é não pensar? As pessoas estão acostumadas a não desenvolver o senso crítico, a deixar que decidam as coisas por elas, a permitir que a mídia tenha todo o poder sobre a sociedade.
Não que eu ache que eu seja mais que qualquer outro, ou que quem eu conheço e admiro por ser uma pessoas de postura e de idéias próprias seja melhor que outras, acredito que todos temos a mesma capacidade, mas que há pessoas que querem usá-la e pessoas que não querem.
Já notaram como existem pessoas que reclamam da política e não sabem nem em quem votou na eleição passada? Aliás, essas pessoas se vangloriam de serem "apolitícas". É possível existir algum ser "apolítico" em um mundo onde tudo é politica, até mesmo as relações de bem estar familiar?
O ser humano é político por natureza, já falei isso outras vezes aqui, mas é que me surpreendo sempre com a ignorancia das pessoas e a vontade de permanecer ignorantes. E não estou ofendendo ninguém, pois ser ignorante é ignorar um fato, até então passar a conhece-lo, o problema se encontra quando fazemos questão de permanecer ignorantes.
Mas eu sei que esse tema é frenquentemente debatido há anos, e o que me fez escrever um texto totalmente referente a ele hoje foi o fato de estar escutando uma musiquinha.
A música é Vida de Gado, abaixo a letra!! :)


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Vocês que fazem parte dessa massa,
Que passa nos projetos do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar, muito mais, do que receber
E ter que demonstrar sua coragem
A margem do que possa aparecer.
E ver que toda essa engrenagem
Já sente a ferrugem lhe comer.

Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado e,
Povo feliz
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado e,
Povo feliz!

Lá fora faz um tempo confortável
A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens, a publicam, no jornal
E correm através da madrugada
A única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada
E passam a contar o que sobrou.

Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado e,
Povo feliz
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado e,
Povo feliz!

O povo foge da ignorância
Apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores tempos idos
Contemplam essa vida, com a cela
Esperam nova possibilidade
De verem esse mundo se acabar
A arca de Noé, o dirigível
Não voam, nem se pode flutuar,
Não voam nem se pode flutuar,
Não voam nem se pode flutuar.

Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado e,
Povo feliz
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado e,
Povo feliz!

sábado, 15 de novembro de 2008

Impasse

Na verdade eu não tinha decidido qual seria o título desse texto. Normalmente sou péssima com títulos, mas esse até tive idéia de qual seria, mas mesmo assim não tive mta certeza, pois estava entre "impasse" ou "contradição".
Bem, por que desses títulos? Fácil, tem a ver com o que foi escrito no texto passado. Se tu leste o outro texto sabe que eu me referi a uma música, especialmente a um verso da música que diz: "A dúvida é o preço da pureza", e disse que concordava com ela. Pois bem, eu realmente concordo, mas me vejo no momento em uma situação que talvez por uma má interpretação possa colocar essa afirmativa em cheque.
Há algumas situações na vida em que temos de tomar atitude, a há situações em que a vida te fecha todas as portas e te leva a um único caminho. Será?
Analizando melhor alguns fatos, por experiência própria, acabei descobrindo que sempre pode haver um segundo caminho, ou um terceiro, quarto, seja lá quantos caminhos a se escolher, às vezes até tendo a ver com o que tu pensava que era o único, mas que um detalhe, uma leve inclinação pra um lado da estrada faz o final da jornada ser totalmente diferente. Tive momentos em que achei que tudo me levava a uma única escolha, aconselhei pessoas a tomar atitudes e entrar na única porta aberta, mas percebi que existem momentos em que tudo que se acreditava como o melhor a se fazer pode não ser, afinal, o melhor.
Pode ser que volte aos conceitos do que é o bem e o que é o mal, e que isso ajude a tomar decisões na vida, mas e quando até o que a gente pensava ser o bem te mostra mais de um jeito de ser posto em prática?
Por isso, sim, a dúvida é o preço da pureza e é inútil ter certeza, até porque qualquer certeza que podemos vir a ter vai ser falsa e enganosa, ali na frente se provará que a nossa certeza não passava de uma ilusão e que talvez pudesse ter sido diferente e melhor, acho que nunca nos livraremos dos "talvez" da vida, por isso ainda defendo a teoria do bem e o mal. Tá certo, podemos mudar de pontos de vista sobre uma questão dez vezes em um dia, mas se uma idéia superou outra antiga é porque aperfeiçoamos ela.
Nunca devemos deixar de lutar pelo melhor e mais completo para nós mesmos, mesmo que isso signifique quem sabe mudar totalmente a rota de uma viagem a mtos anos planejada. O essencial, ao meu ver, é sabermos ser nós mesmos em todas ocasiões, porque o que pensamos e acreditamos é algo em que se pode apoiar, e contando com isso podemos seguir em frente apesar de todas as eventuais dúvidas que irão aparecer no caminho.
A vida é feita de escolhas sim, e cabe a nós escolher as melhores, por mais manjado que isso possa ser, é uma verdade. Devemos sempre viver o presente, sem temer tomar decisões, desde que dando um passo de cada vez, sem tentar premeditar ou adivinhar conseqüencias. As escolhas são multíplas e a dúvida é a nossa dádiva, que a gente aprenda a conviver com ela.

domingo, 9 de novembro de 2008

Pois é né...

Falta de criatividade afeta as pessoas. Na verdade seria mais uma falta de tempo e paciencia pra ficar na frente do pc, mas de qualquer forma está afetando o rendimento do blog! :)
Na realidade eu nem iria escrever algo hoje, apenas pôr aqui uma música que combinava com coisas que eu penso e sinto no momento, mas decidi fazer um texto de verdade.
Vocês já repararam como às vezes a gente sabe o que tem que fazer, mas não quer fazer, se nega, e a vida te encurrala e te deixa sem alternativas, a não ser fazer o que tem que fazer? Pois é, isso é mto normal de ocorrer.
Normalmente isso acontece quando a ação que temos que tomar coloca em risco algo importante, tipo relacionamentos. É mto fácil não querer falar de algo que possa fazer com que a gente escute o que não quer, mas temos sempre que lembrar que qualquer situação mal resolvida que a gente "empurra com a barriga" sempre termina da pior forma possível.
Algumas coisas são difíceis de aceitar na vida, principalmente quando algo ocorre da forma que a gente não queria, e sempre queremos que aquilo mude, mas é impossível voltar no tempo. Por que sempre achamos que sabemos a verdade de tudo o que seria melhor pra gente e não aceitamos a possibilidade de estarmos errados?
Bem, como seres humanos, a maior parte de nós so aprende levando na cara, o velho ver para crer. Então não interessa o quanto nos digam que temos que fazer, o quanto digam pra mudarmos a atitude, quase sempre so mudamos quando não há mais o que fazer... Alguns nunca mudam.
Acho que temos sempre que tentar avaliar as situações como se fossemos a terceira pessoa, analizando de fora a situação. Assim sempre iremos ter uma visão mais nítida das coisas. Tbm temos que parar de pensar no que é o certo ou o errado, e sim pensar se deve ser feito, e se isso é bom ou ruim, pois esses conceitos são mais fáceis de ser avaliados. Ninguém é perfeito, em tudo que ocorre conosco sempre temos pelo menos 50% de culpa, nenhum de nós é vítima, tudo é conseqüencia de algum ato, algo que fizemos ou permitimos impassiveis que fizessem, pois não se mover diante de algo que não está indo bem é não fazer nada conscientemente...
A música que ia colocar aqui tem haver com isso. Como todos nós somos imperfeitos, é quase impossível ter certeza de algo, pra não dizer impossível, e na música há uma frase que diz " a dúvida é o preço da pureza", e concordo plenamente com ela.
Abaixo a música!


Infinita Highway

Engenheiros do Hawaii


Você me faz, correr demais

Os riscos desta Highway
Você me faz, correr atrás
Do horizonte desta Highway
Ninguém por perto
O silêncio no deserto
Deserta Highway...

Estamos sós
E nenhum de nós
Sabe exatamente
Onde vai parar
Mas não precisamos
Saber prá onde vamos
Nós só precisamos ir
Não queremos
Ter o que não temos
Nós só queremos viver
Sem motivos, nem objetivos
Estamos vivos e isto é tudo
É sobretudo, a lei
Da Infinita Highway...

Quando eu vivia
E morria na cidade
Eu não tinha nada
Nada a temer
Mas eu tinha medo
O medo dessa estrada
Olhe só, vê você
Quando eu vivia
E morria na cidade
Eu tinha de tudo
Tudo ao meu redor
Mas tudo que eu sentia
Era que algo me faltava
E à noite eu acordava
Banhado em suor...

Não queremos
Lembrar o que esquecemos
Nós só queremos viver
Não queremos
Aprender o que sabemos
Não queremos nem saber
Sem motivos, nem objetivos
Estamos vivos e é só
Só obedecemos a lei
Da Infinita Highway
Highway! Highway!...

Escute, garota
O vento canta uma canção
Dessas que uma banda
Nunca toca sem razão
Me diga, garota
Será estrada, uma prisão?
Eu acho que sim
Você finge que não
Mas nem por isso
Ficaremos parados
Com a cabeça nas nuvens
E os pés no chão...

-Tudo bem, garota
Não adianta mesmo ser livre...

Se tanta gente vive
Sem ter como viver
Estamos sós e nenhum de nós
Sabe onde quer chegar
Estamos vivos, sem motivos
Que motivos temos prá estar?
Atrás de palavras escondidas
Nas entrelinhas do horizonte
Dessa Highway
Silenciosa, Highway!
Highway!...

Eu vejo o horizonte trêmulo
Eu tenho os olhos úmidos
Eu posso estar
Completamente enganado
Eu posso estar correndo
Pro lado errado
Mas a dúvida
É o preço da pureza
E é inútil ter certeza
Eu vejo as placas dizendo
Não corra, não morra
Não fume
Eu vejo as placas
Cortando o horizonte
Elas parecem facas
De dois gumes...

Minha vida é tão confusa
Quanto a América Central
Por isso não me acuse
De ser irracional
Escute, garota
Façamos um trato
Você desliga o telefone
Se eu ficar muito abstrato
Eu posso ser um Bealte
Um beatnik, ou um bitolado
Mas eu não sou ator
Eu não tô à toa
Do teu lado...

Por isso garota
Façamos um pacto
Não usar a Highway
Prá causar impacto
110, 120, 160
Só prá ver, até quando
O motor agüenta
Na bôca em vez de um beijo
Um chiclete de menta
E a sombra do sorriso
Que eu deixei...

Numa das curvas
Da Highway
Highway!
Infinita, Highway!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Pensar nisso

Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.

Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.

Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso.
E com confiança no que diz.

Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação.
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer ou ter coragem pra fazer.

Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende.
E é assim que perdemos pessoas especiais.

Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.

Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto.
Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.

Fácil é dizer "oi" ou "como vai?"
Difícil é dizer "adeus", principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...

Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida.
Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.

Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só.
Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar, e aprender a dar valor somente a quem te ama.

Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência, acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.

Fácil é ditar regras.
Difícil é seguí-las.
Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.

Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta ou querer entender a resposta.

Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.

Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma, sinceramente, por inteiro.

Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.

Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém, saber que se é realmente amado.

Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho.

Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.


Porque eu sou uma fã incondicional do Drummond. :)